Notícias ambientais

Desmatamento, perda de áreas úmidas no Brasil e na Indonésia geraram 45 bi de toneladas de C02 em 20 anos x1z2w

Estimativas anuais de emissões provenientes de desmatamento publicadas pela FAO Desmatamento em Bornéo. Foto de Rhett A. Butler. i2w4w

A organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) lançou um conjunto de estatísticas globais sobre emissões de carbono provenientes de desmatamento, agricultura ou outras formas de uso da terra para o período 1990-2010.



O conjunto de dados, que é parte do banco de dados estatísticos da FAO conhecido como FAOSTAT, é baseado nas estimativas da FAO de biomassa florestal, desmatamento e cobertura agrícola. Os dados são listados por país e região.



Sem surpresas, o conjunto de dados FAOSTAT GHG mostra que os países com o maior número de desmatamento geraram a maioria das emissões provenientes de perdas florestais no período de 20 anos. A conversão florestal líquida no Brasil emitiou 25,8 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e) entre 1990 e 2010. Indonesia (13,1 bilhões de toneladas), Nigeria (3,8 bilhões de toneladas), República Democrática do Congo (3 bilhões de toneladas) e Venezuela (2,6 bilhões de toneladas) arredondaram os cinco maiores emissores, de acordo com o sistema.



EMISSIONS FROM FOREST CONVERSION


CHART: FOREST CONVERSION 1990-2010

Na outra extremidade da escala estava a China, onde o florestamento, reflorestamento e a recuperação de 5,2 milhões de hectares de florestas resultou no sequestro líquido de 5,7 bilhões de toneladas de CO2e. Os Estados Unidos (1,9 bilhões de toneladas) e o Vietnã (1,2 bilhões de toneladas) também presenciaram uma substancial recuperação dos estoques florestais de carbono, de acordo com o banco de dados.



O banco de dados também estima as emissões líquidas provenientes da expansão de áreas cultivadas em direção a solos orgânicos drenados. A Indonésia liderou o grupo com 5,6 bilhões de toneladas de emissões de CO2, seguida pelos Estados Unidos (1,4 bilhões de toneladas), Papua Nova Guiné (816 milhões de toneladas), Malásia (690 bilhões de toneladas) e Bangladesh (612 milhões de toneladas). As emissões na Indonésia, Papua Nova Guiné e Malásia foram especialmente altas devido à drenagem e conversão de brejos de turfa ricos em carbono.



Em conjunto, o Brasil (25,8 bilhões de toneladas) e a Indonésia (18,7 bilhões de toneladas) estão no topo em termos de emissões provenientes do uso da terra. Suas emissões combinadas durante o período de 20 anos são equivalentes a aproximadamente 134 porcento das emissões de CO2 anuais atuais provenientes da queima de combustíveis fósseis e quatro vezes e meia as emissões da China em 2011.



EMISSIONS FROM LAND-USE CHANGE


Enquanto a base de dados fornece alguns insights interessantes sobre os impactos da alteração do uso da terra sobre o clima, ele vem junto com uma advertência importante: muitos pesquisadores criticaram a precisão dos dados da FAO, muitos dos quais são os enviados pelos próprios países. Particularmente, os dados anuais de cobertura florestal e estimativas de estoques de carbono em áreas turfosas tropicais são suspeitos.



Entretanto, atualmente, a base de dados constitui as estatísticas em séries de tempo globais mais abrangentes sobre a emissão de gases de efeito estufa provenientes de alteração no uso da terra e deve prover os pesquisadores e analistas de um ponto de partida para esforços de contabilidade de emissões.



Estudos recentes indicam que o desmatamento contribui para aproximadamente 10 porcento das emissões de gases de efeito estufa provenientes de atividades humanas.Agricultura e degradação de áreas turfosas contribuem com menor — mas bastante contestadamente — quantidade de emissões.



Exit mobile version