• Destaques
  • Vídeos
  • Especiais
  • Matérias
Doar
  • English
  • Español (Spanish)
  • Français (French)
  • Bahasa Indonesia (Indonesian)
  • Brasil (Portuguese)
  • India (English)
  • हिंदी (Hindi)
  • Vídeos
  • Matérias
  • Destaques
  • Últimas
  • Explorar tudo
  • Sobre
  • Equipe
  • Contato
  • Doar
  • Inscrever
  • Envios
  • Política de Privacidade
  • Termos de uso
  • Anunciar
  • Wild Madagascar
  • Florestas tropicais
  • Impacto
  • Para crianças
  • Mongabay.org
  • Tropical Forest Network

Modelos de produção de carne bovina

Timothy J. Killeen
26 Set 2023 América Do Sul Uma tempestade perfeita na Amazônia
Comentários Compartilhar article

Compartilhar article

Se você gostou desta matéria, compartilhe com outras pessoas.

Facebook Linkedin Threads Whatsapp Reddit Email
  • A Mongabay está lançando uma nova edição do livro “Uma Tempestade Perfeita na Amazônia”; a obra está sendo publicada em versão online, por partes e em três idiomas: espanhol, inglês e português.

  • O autor, Timothy J. Killeen, é um acadêmico e especialista que estuda desde a década de 1980 as florestas tropicais do Brasil e da Bolívia, onde viveu por mais de 35 anos.

  • Narrando os esforços de nove países amazônicos para conter o desmatamento, esta edição oferece uma visão geral dos temas mais relevantes para a conservação da biodiversidade da região, serviços ecossistêmicos e culturas indígenas, bem como uma descrição dos modelos de desenvolvimento convencional e sustentável que estão competindo por espaço na economia regional.

  • Clique no link “Tempestade Perfeita na Amazônia” no topo desta página para ver os todos os capítulos do livro.

A maior causa individual de desmatamento na Pan-Amazônia é a derrubada da floresta para estabelecer pastagens cultivadas para a produção de gado de corte. Segundo algumas estimativas, até 80% das paisagens previamente desmatadas estão cobertas por gramíneas forrageiras não nativas. Na maioria dos casos, as gramíneas foram semeadas diretamente no solo recém-desmatado em fazendas de gado recém-estabelecidas, mas os pequenos proprietários também usam as pastagens como um pousio rotativo em um sistema de produção baseado em culturas alimentares.

O uso de tecnologia entre os produtores de gado varia de extremamente rudimentar a altamente sofisticado; não é de surpreender que a tecnologia melhore a produtividade e o retorno econômico, mas requer “know-how” e capital financeiro. O Brasil tem o sistema de produção de carne bovina mais sofisticado, que inclui três fases sobrepostas que correspondem aos estágios de vida de um touro ou vaca típicos:

A. As operações de vaca-bezerro abrangem a gestação (9,5 meses), o nascimento e o crescimento inicial até que os bezerros sejam desmamados de suas mães (8 a 12 meses);
B. As operações de crescimento começam quando os bezerros de um ano são vendidos ou transferidos para pastos separados até atingirem o tamanho normal em termos de estatura, mas não de peso (~12 meses); esses animais são conhecidos como gado magro.
C. As operações de gado gordo descrevem o estágio de terminação, que varia de acordo com a ração e a raça (6 a 12 meses) até atingirem o peso ideal de abate (375 a 425 kg).

Os pecuaristas podem se especializar em uma única fase, mas, com mais frequência, combinam duas ou mais fases de produção em um modelo de negócios adequado à sua localização geográfica e predileção por tecnologia. Por exemplo, os fazendeiros de áreas remotas com infraestrutura precária dedicam-se quase que uniformemente a operações de criação de vacas combinadas com operações de crescimento (A+B).

Uma comparação do tamanho do rebanho bovino com o desmatamento total acumulado na Amazônia Legal do Brasil. Fonte de dados: IBGE/SIDRA e PRODES.

Para eles, a única opção realista é levar o gado a pé até o mercado, pois as estradas precárias tornam o transporte de animais vivos por caminhão antieconômico e arriscado. Os animais perdem peso se ficarem confinados em um caminhão por vários dias e podem morrer se o caminhão ficar preso em uma estrada mal conservada. Os bezerros são frágeis demais para longas viagens, enquanto o gado gordo perde peso se for forçado a caminhar.

A movimentação de rebanhos ainda é comum nas fronteiras florestais, e muitos proprietários de terras mantêm pastos explicitamente para serem alugados a tropeiros, que transportam seus rebanhos para o mercado em um ritmo relaxado para evitar submeter os animais a estresse excessivo. Os tropeiros transportam o rebanho para uma cidade, ou uma pequena cidade, geralmente localizada em uma rodovia principal ou em uma rodovia secundária melhorada, onde o gado é vendido a um comerciante de gado ou a outro produtor por meio de um leilão.

Os produtores que desejam evitar o risco de parir bezerros compram novilhos de um ano e os mantêm no pasto até atingirem o peso de abate (B+C). Alguns fazendeiros integram todos eles na mesma propriedade (A+B+C), o que lhes permite evitar intermediários e maximizar o retorno por animal. Outros se especializam na produção de bezerros de histórico genético conhecido (A), que são vendidos com um diferencial por qualidades ligadas à produtividade, rendimento de carne ou tolerância a doenças. Embora a prática ainda seja rara na Amazônia, os operadores de confinamento se especializam em engordar o gado usando rações balanceadas (C), uma prática mais comum em fronteiras consolidadas que contam com uma oferta cada vez maior de grãos para alimentação.

A cadeia de fornecimento de carne bovina se estende de fazendas remotas dedicadas à produção de bezerros. Crédito: ©Hermes Justiniano.

A economia da criação de gado é calculada por animal. O preço de venda de um bezerro varia de US$ 180 a US$ 250 por animal e de US$ 1.000 a US$ 1.200 por um touro reprodutor adulto; a maioria dos bois é abatida com cerca de 400 quilos, com um valor entre US$ 600 e 800. Um pequeno proprietário em Ariquemes (Rondônia) com cinquenta hectares de pasto, especializado na produção de bezerros, teria uma renda bruta entre US$ 8.000 e 12.000 por ano. Um fazendeiro de classe média com 3.000 hectares em Alta Floresta (Mato Grosso), com um modelo semelhante de produção de vacas e bezerros, teria uma renda bruta entre US$ 375.000 e 425.000 por ano. Em uma fazenda integrada (A+B+C), onde o gado é mantido por 36 meses, a receita deve ser cerca de dez a vinte por cento maior.

O patrimônio líquido de um produtor dependeria dos valores da terra e de melhorias na propriedade, mas, a US$ 2.000 por hectare, a pequena fazenda valeria cerca de US$ 200.000, enquanto a fazenda maior renderia aproximadamente US$ 3 milhões. Embora esses números pareçam plausíveis, a viabilidade da produção de pequenos agricultores depende da mão de obra familiar e, se esses produtores tivessem que pagar o valor de mercado por sua mão de obra, mal conseguiriam atingir o ponto de equilíbrio.

Da mesma forma, muitas operações de pecuária de média e grande escala se beneficiam do legado de décadas adas, quando a terra foi obtida com um grande desconto, e teriam dificuldades para estabelecer uma fazenda se tivessem que comprar a terra pelo valor de mercado atual. A diferença no valor da terra entre a fronteira florestal e as fronteiras agrícolas é o principal impulsionador dos mercados imobiliários rurais e, sem dúvida, o maior impulsionador individual do desmatamento.

O rebanho bovino na Amazônia Legal cresceu de 14 milhões de cabeças em 1980 para mais de 85 milhões em 2019; ao longo do caminho, seu crescimento causou o desmatamento de mais de 70 milhões de hectares. Entre 1980 e 2000, aproximadamente um hectare de floresta foi sacrificado para a possibilidade de manter um animal vivo; no entanto, o gado tropical alimentado com capim precisa de três anos para atingir o peso de abate. Consequentemente, são necessários cerca de dois hectares de pasto para produzir 100 quilos de animais vivos por ano, o que, na verdade, representa apenas cinquenta quilos de carne bovina com osso.

Esses números são fenomenalmente inexpressivos em termos de produtividade quando considerados em relação a um quilograma de proteína por hectare. A título de comparação, a soja produz cerca de quatro toneladas de grãos por hectare, que, após o refino, produzem aproximadamente uma tonelada de óleo vegetal e três toneladas de farinha de soja, sendo que esta última tem cerca de 50% de proteína. Em outras palavras, a soja produz cerca de cinquenta vezes a quantidade de proteína por hectare que a carne bovina alimentada com capim criada na Amazônia.

O rebanho bovino na Amazônia brasileira é derivado de raças do sul da Ásia, especialmente Nelore, Gir, Zebu e Brahma; esses animais estão se aproximando do peso de abate, que é de aproximadamente 400 kg. Crédito: Hermes Justiniano.

A aquicultura é ainda mais produtiva quando calculada em uma base por hectare, produzindo de duas a três vezes mais do que a soja. Por mais decepcionantes que sejam os números de produtividade da carne bovina, houve uma melhora notável nas taxas gerais de lotação após 2000. O aumento da produtividade foi resultado de vários fatores, um dos quais foi um excedente de pasto disponível causado pela especulação de terras, o que permitiu que os fazendeiros expandissem rapidamente o tamanho do rebanho em resposta à demanda crescente. Houve uma redução de curto prazo no rebanho após a crise econômica de 2008, mas a relação entre o tamanho total do rebanho e a área de pastagem tem melhorado continuamente na última década. O aumento das taxas de lotação é apenas um aspecto da produtividade aprimorada do setor de carne bovina brasileiro.

Em nível nacional, entre 2000 e 2019, o rebanho bovino aumentou em cerca de 26%, enquanto a extensão espacial total de suas pastagens diminuiu em 12%, um ganho de eficiência de mais de 44%. O uso de tecnologia e práticas de manejo é mais notável no Sul e no Sudeste do Brasil, onde as taxas de lotação ultraam três cabeças por hectare. Houve melhorias semelhantes por parte dos produtores amazônicos, que aumentaram as taxas de lotação em 62%; no entanto, eles partiram de uma linha de base muito mais baixa e ainda estão atrasados em cerca de 50% em relação aos seus colegas do sul do Brasil.

Surpreendentemente, as maiores taxas de lotação na Amazônia Legal foram obtidas por pequenos produtores de gado em Rondônia e no Acre, que também obtiveram ganhos impressionantes na eficiência geral.

O aumento da produtividade dos pecuaristas é um dos principais componentes das iniciativas destinadas a melhorar a imagem do setor de carne bovina brasileiro e, supostamente, reduzir o desmatamento. O objetivo é canalizar o crescimento futuro para melhorias tecnológicas que permitam aos produtores expandir a produção sem aumentar a extensão espacial da área de pastagem. Existem basicamente seis tecnologias que podem ser implementadas para aumentar a eficiência dos sistemas de produção de carne bovina:

  • Gestão de pastagens: as taxas de lotação podem ser melhoradas por meio de pastoreio rotativo, agrossilvicultura e rotação de pastagens com culturas. Taxas de lotação de até quatro cabeças por hectare foram alcançadas por estações experimentais ou pesquisa.
  • Saúde e sucesso reprodutivo: Às vezes, as vacas não conseguem engravidar, sofrem um aborto espontâneo ou perdem seus bezerros devido a doenças ou predação. O sucesso reprodutivo em fazendas comerciais modernas varia de 60% a 80%, mas pode chegar a níveis de 95% em condições ideais.
  • Gestão da nutrição: Os bovinos são ruminantes e têm a capacidade de metabolizar a celulose, mas precisam de vitaminas para prosperar; a combinação da análise do solo com suplementos vitamínicos melhorará o ganho de peso diário, uma métrica importante usada para monitorar a produtividade.
  • Ração suplementar: O gado aumentará seu ganho de peso diário quando sua ração de celulose for complementada com amido (milho) e proteína (soja). Fornecer rações para o gado em pastagens aumentará o ganho de peso diário, mas ganhos maiores são obtidos quando o gado é terminado em confinamento.
  • Genética: Os criadores de gado têm vários caminhos para aumentar a produtividade, melhorando a resistência a doenças e impulsionando a eficiência fisiológica, bem como aumentando o rendimento de carne por animal, que é medido pela relação entre o peso da carcaça e o peso vivo, atualmente em torno de 50-55%.
  • Redução do tempo até o abate: Essa é uma função do crescimento, que é medido pelo ganho de peso diário, o qual depende da genética e da nutrição; encurtar a vida dos animais aumenta a proporção do rebanho total abatido a cada ano.

“Uma tempestade perfeita na Amazônia” é um livro de Timothy Killeen que contém as opiniões e análises do autor. A segunda edição foi publicada pela editora britânica The White Horse em 2021, sob os termos de uma licença Creative Commons (licença CC BY 4.0). 

Créditos

Mayra Editor/a
Lisete Correa Translator

Tópicos

Alterações ClimáticasAmazôniaAmeaças à AmazôniaAmeaças às Florestas TropicaisComunidades TradicionaisConflitosDegradaçãodemarcação territorialDesmatamentoEntrevistasEtnocídioFlorestasFlorestas TropicaisGrilagemincêndiosIncêndios FlorestaisIndígenasÍndiosInfraestruturaPopulações TradicionaisPovos indígenasPovos TradicionaisQueimadasTerras IndígenasAmérica Do SulAmérica LatinaBolíviaBrasilColômbiaEquadorGuianaPeruSurinameVenezuela

Formatos

  • Vídeos
  • Matérias
  • Especiais
  • Destaques
  • Últimas

Sobre

  • Sobre
  • Contato
  • Doar
  • Newsletters
  • Envios
  • Termos de uso

Links externos

  • Wild Madagascar
  • Florestas tropicais
  • Para crianças
  • Mongabay.org
  • Tropical Forest Network

Mídias sociais

  • LinkedIn
  • Instagram
  • YouTube
  • X
  • Facebook
  • RSS / XML
  • Mastodon
  • Android App
  • Apple News

© 2025 Copyright Conservation news. Mongabay is a U.S.-based non-profit conservation and environmental science news platform. Our EIN or tax ID is 45-3714703.