O Brasil é o segundo país no mundo em espécies de bambu, com cerca de 300 espécies registradas, a maioria na Amazônia e na Mata Atlântica; ajudam a regenerar os solos, a prevenir erosões e a capturar grande quantidade de carbono.
Usados por indígenas há milhares de anos, os bambus nativos agora estão no foco de iniciativas sustentáveis, com usos que vão de sistemas agroflorestais à produção de armações de óculos.
Há muitos desafios, porém, como a produção de mudas nativas em escala comercial e o cultivo fora de suas áreas naturais, uma vez que não foram domesticadas como as espécies asiáticas, já adaptadas ao plantio há milhares de anos.
Enquanto isso, experiências com o bambu exótico avançam no Brasil, usado em substituição à madeira, ao plástico e ao concreto em produtos que vão de móveis a casas; especialistas apostam que o bambu pode alavancar a bioeconomia brasileira.
Pouca gente sabe que o Brasil detém a maior diversidade de bambus nativos das Américas. Embora essa planta da família das gramíneas tenha atravessado os séculos marcando a história da humanidade — com mais de 1.600 espécies registradas no mundo, em sua maioria tropicais —, o bambu ainda é pouco conhecido por boa parte dos brasileiros.
Somos o segundo país em diversidades de bambus, atrás apenas da China, com aproximadamente 302 espécies registradas, a maioria na Amazônia e na Mata Atlântica; e novas espécies continuam sendo descobertas, como a Merostachys tonicoi, cuja ocorrência é no estado de Rondônia foi registrado em artigo publicado este ano. O Brasil também abriga, com base no site que cataloga a Flora e Funga do país, o Glaziophyton mirabile, o bambu mais raro do mundo, conhecido por ser afoliar, ou seja, não possuir folhas. Hoje, só existem duas ocorrências dessa espécie nas altas montanhas de Petrópolis, no Rio de Janeiro.
De acordo com o pesquisador Hans Jürgen Kleine, presidente da associação BambuSC, o uso dos bambus no país remonta aos povos originários, que o retiravam da natureza para construir casas, instrumentos e utensílios do cotidiano, sem necessidade de cultivo, já que brotam naturalmente a cada ciclo. Durante os séculos seguintes, a planta seguiu presente, mas sem alterações significativas em seu aproveitamento.

Foi somente em 1814, após a abertura dos portos pelos portugueses e a chegada das primeiras famílias chinesas ao Rio de Janeiro, que espécies asiáticas começaram a ser introduzidas. Vindos com a missão de estabelecer o cultivo do chá, esses imigrantes trouxeram mudas de bambus exóticos (chamados assim por não serem nativos), que se adaptaram com facilidade ao solo brasileiro. A partir daí, os próprios portugueses aram a cultivá-los, impulsionando sua presença em outras regiões do país — ao contrário do chá, que prosperou pouco por aqui.
Os bambus desempenham múltiplas funções, como na fabricação de móveis, em construções sustentáveis, na biomassa para energia, na alimentação e na produção de polpa e celulose para papel. Apesar de ainda não ser um protagonista industrial no Brasil, nunca foi totalmente desprezado. Esteve presente na agricultura, no cotidiano das populações rurais, em pequenas fábricas de papel no século 19 — que usaram bambus disponíveis na época, incluindo possivelmente espécies nativas e algumas exóticas já introduzidas — e até em iniciativas voltadas à produção em escala no século 20, inclusive com apoio técnico institucional.
Próximo à cidade de Planalto (RS), na aldeia Pinhalzinho, localizada na Reserva Indígena Nonoai, Genir Jacinto e sua esposa Maria Salete, ambos da etnia Kaingang, relatam que aprenderam com seus anteados — por meio da oralidade — o saber ancestral do artesanato com as fitas de bambu nativo. Segundo Genir, eles trabalham com três tipos: o taquaruçu (Guadua trinii), a taquara-mansa (Merostachys multiramea) e o “bambu”, nome geralmente usado pelos Kaingang para se referir aos exóticos.

Genir prefere as taquaras e, com cuidado, faz a retirada da natureza. Algumas possuem espinhos, outras são mais finas. Em relação aos bambus nativos, devido às leis ambientais federais vigentes de preservação da flora e da fauna brasileiras, não é permitido explorá-los, seja para fins ornamentais, paisagísticos ou para a coleta de mudas de bambus lenhosos nativos, nem a matéria-prima de seus colmos (varas) em áreas de Áreas de Preservação Permanente (APPs). Contudo, quando estão em territórios dos povos originários, esses possuem livre o e podem utilizá-los, pois a retirada correta do bambu não implica em nenhum prejuízo à floresta, uma vez que o corte é seletivo e em pequena quantidade.
“Desde criança aprendemos a trabalhar com as taquaras e somos nós, indígenas, que preservamos as matas. Nela tem um lugar reservado para o plantio das taquaras”, conta Genir. Ao lado de outros cem artesãos da aldeia, ele confecciona arcos e flechas, canetas, cestos e outras peças artesanais. “Quem não trabalha com artesanato atua na lavoura para garantir o sustento das famílias. Vendemos nossas artes em feiras; todos os anos vamos a Porto Alegre”, diz, ao recordar que, no ado, seus pais e avós usavam o bambu na construção das casas. “Aprendemos a erguer moradias com outros materiais, como a madeira e o tijolo, e o bambu acabou sendo deixado de lado”.
Espécies nativas
O Brasil é o principal reduto da diversidade de bambus nas Américas, com cerca de 302 espécies nativas distribuídas em 36 gêneros, sendo 17 de bambus lenhosos (Bambuseae, de porte médio ou grande) e 19 de bambus herbáceos (Olyreae, de porte pequeno). “A questão é que estas espécies são pouco utilizadas, ou o conhecimento tradicional associado a elas foi perdido durante a colonização de nosso país”, explica o engenheiro agrônomo e pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Thiago Sanches Ornellas.
“A verdade é que as espécies de bambus mais difundidas e conhecidas no Brasil são exóticas, majoritariamente vindas da Ásia. Essas espécies estão associadas a culturas milenares, e por isso vêm sendo ‘domesticadas’ [adaptadas ao cultivo humano, deixando de ser totalmente silvestres] há mais tempo em seus locais de origem”, relata o pesquisador.
A definição das espécies nativas – em geral localmente conhecidas como tabocas ou taquaras – se baseia em evidências como registros históricos de coleta, distribuição geográfica restrita aos biomas brasileiros, estudos filogenéticos que comprovam sua origem evolutiva no continente e, muitas vezes, no uso tradicional por comunidades indígenas e locais no decorrer das décadas.

“Apesar dessa riqueza, muitas espécies nativas de bambu ainda são subutilizadas ou possuem um conhecimento tradicional associado que foi, infelizmente, negligenciado ou perdido ao longo da história. É importante que trabalhemos na conservação dessas espécies nativas, muitas das quais podem ser endêmicas e, portanto, exclusivas de certos biomas brasileiros, tornando-as particularmente vulneráveis a ameaças como o desmatamento e a perda de habitat”, reforça Thiago. “O estudo dessas espécies é crucial para compreender seu papel ecológico e garantir sua preservação para as futuras gerações”.
Os bambus oferecem benefícios ambientais significativos, como a regeneração do solo, estabilização de encostas, prevenção de erosão e captura de carbono. Seu rápido crescimento e forte sistema radicular melhoram a fertilidade do solo e ajudam na conservação das águas. Ao absorver grandes quantidades de CO2, os bambus armazenam carbono, principalmente quando usados em materiais duráveis, como móveis e construções. “Vale ressaltar que ‘bambu’ é um termo genérico, e escolher a espécie certa, conforme suas características, é essencial no planejamento do plantio”.
Referente ao mercado de mudas de bambus no Brasil, Ornellas sinaliza que está em fase inicial de desenvolvimento. Mesmo que o cultivo de bambus nativos esteja ganhando impulso, a disponibilidade de mudas de qualidade em volume suficiente para atender à demanda de novos plantios ainda é um desafio para a cadeia produtiva.

Do Acre à Bahia: extensão e diversidade
O estado do Acre abriga uma das maiores áreas de bambu nativo do mundo, com cerca de 11 milhões de hectares de florestas onde ele está presente e aproximadamente 4,5 milhões de hectares de sub-bosque onde essas espécies predominam — o que representa cerca de 40% da cobertura florestal do estado. É uma extensão considerável, maior que a dos 6,7 milhões de hectares de florestas de bambu encontrados na China, maior produtora mundial.
Os bambuzais amazônicos ainda se estendem pelo sul do Amazonas e por regiões da Bolívia e do Peru. Nessa paisagem, prevalecem espécies como Guadua weberbaueri (popularmente conhecido como taboquinha), Guadua sarcocarpa (taboca, um pouco mais grosso), Guadua angustifolia (taquaruçu), Guadua lynnclarkiae (usado para a construção civil) e a gigante Guadua chacoensis, que pode atingir entre 20 e 30 metros de altura – um dos maiores bambus nativos do Brasil, notável pela capacidade de uso em construções sustentáveis.
Embora o potencial e os levantamentos da Embrapa Acre indiquem a existência de espécies ainda não descritas, a extração do bambu enfrenta obstáculos significativos: é necessário cuidado para que a retirada não cause danos à floresta, especialmente nas áreas inseridas em unidades de conservação.
Nessas áreas protegidas, de acordo com o engenheiro florestal e professor da Universidade Federal do Acre (UFAC), Moisés Lobão, a fiscalização é limitada pela escassez de servidores nos órgãos ambientais, como o Ibama e o ICMBio, à medida que o avanço do agronegócio amplia a pressão sobre o território. A distância do Acre em relação aos principais centros urbanos do país também encarece a logística, o que torna o uso do bambu economicamente menos ível. O fortalecimento de práticas sustentáveis, com incentivo a novas plantações e à geração de renda local, é essencial para preservar a riqueza natural distribuída por todo o estado.

A Embrapa Acre tem se dedicado à propagação vegetativa e in vitro de espécies de bambu nativo no Brasil, um problema crucial relacionado à produção de mudas. A instituição também foca no manejo de florestas nativas com bambu, estabelecendo parâmetros e métricas para garantir a exploração sustentável desse recurso.
“Outro aspecto importante do nosso trabalho é a integração do bambu em sistemas agroflorestais, construindo florestas com o bambu”, comenta o pesquisador Eufran Ferreira do Amaral, da Embrapa Acre. Ele acentua que a inserção do bambu nativo tem sido fundamental para a recuperação produtiva de áreas degradadas.
Enquanto o Acre é o estado com a maior área de bambus nativos concentrados, é na Bahia que encontramos a maior diversidade de espécies do Brasil. Em São Sebastião do é, município no Recôncavo Baiano, o agropecuarista e produtor de bambu Getúlio Soares Santana mantém uma coleção com 15 espécies exóticas e nativas. É dali que sai o material sustentável para a produção de armação de óculos, feitas à mão, da sua marca, a Get Bamboo.
“O bambu é surpreendente. Seu verdadeiro diferencial está na sustentabilidade: é uma planta de crescimento ultrarrápido, com alta capacidade de sequestro de carbono e regeneração natural”, celebra Getúlio, ao frisar que, diferentemente de plásticos e metais, o bambu não exige mineração nem processos industriais poluentes. “Sua leveza, resistência e flexibilidade o tornam ideal para órios que precisam de durabilidade e conforto. É um material que comunica consciência ambiental.”
Getúlio, que é presidente do Instituto do Bambu na Bahia, pretende aproximar estudantes e pesquisadores para a identificação das espécies em sua fazenda, transformando o espaço em um mostruário vivo do bambu nativo — com possibilidade de fins comerciais no futuro. “Queremos apresentar às pessoas quais são as suas 1001 utilidades.”

Bambu: a bioconstrução do futuro
O bambu nativo, com suas características distintas e possibilidades de uso, encara adversidades no aproveitamento em grande volume na construção civil devido à produção irregular e à falta de adaptação em áreas fora de seu habitat natural. Já as espécies exóticas, especialmente as asiáticas, são mais adaptáveis e produtivas, facilitando sua aplicação em projetos de bioconstrução e atendendo à crescente demanda por materiais ecológicos sem comprometer a eficiência e a durabilidade.
É por essa razão que o bioconstrutor Bruno Sales, que trabalha com a planta desde os 12 anos, tem focado em usar o bambu exótico em seus projetos arquitetônicos. Embora em seu sítio ele cultive 20 espécies de bambu, algumas nativas, ele argumenta que a natureza predominantemente herbácea das espécies brasileiras dificulta sua aplicação. “Elas podem ser usadas para artesanato ou móveis, mas não têm produção suficiente para a construção.”
Pensando no uso do bambu exótico como alternativa favorável ao meio ambiente, Sales vê a planta como “material do futuro” em razão de sua regeneração rápida, sem necessidade de replantio, o que lhe confere um caráter sustentável. Enquanto a madeira leva décadas para alcançar a maturidade e necessita de replantio, o bambu atinge seu tamanho máximo em apenas seis meses, podendo ser colhido de forma contínua. Sua leveza, resistência e flexibilidade tornam a construção mais ágil. Nesse sentido, ele defende o fortalecimento dos agricultores, principais detentores das áreas com bambu no Brasil, como peça-chave para abastecer a construção civil. “São eles que podem fornecer o material para substituir o concreto pelo bambu, porém, isso só será possível com o fortalecimento dos que cultivam.”.
Quanto ao orçamento, uma casa feita e decorada artesanalmente com bambu pode ser mais cara do que um imóvel convencional; tudo depende do projeto e da logística de transporte do material. “O bambu permite que o agricultor construa sua própria casa, o que pode sair mais barato, pois ele cultiva o que vai usar. Já comprar uma casa pronta, aí é uma questão de comparação”, argumenta Bruno, que atua há 15 anos com obras artesanais, de casas a grandes estruturas. Ele afirma que cada residência feita com bambu tem uma identidade singular. “Não há como duas serem iguais.”

O processo de construção com bambu envolve uma cadeia complexa: identificação das espécies, manejo adequado e tratamento dos colmos com soluções aceitas na agricultura orgânica. “É preciso entender todas essas etapas para garantir a qualidade e a durabilidade da obra.”
A colheita do bambu ocorre entre 3 e 6 anos após o plantio, quando atinge a fase adulta. Em torno de 6 meses, alcança seu tamanho e espessura máximos. Por se multiplicar por rebrotamento, não precisa ser replantado anualmente — uma única planta gera novos brotos ao redor da base, formando a touceira [agrupamento de brotos ao redor de uma planta-mãe], que pode ser produtiva por até 100 anos.
Outro aspecto relevante proferido por pesquisadores é que ainda não se sabe como cultivar as espécies nativas fora de suas áreas naturais. Como não foram domesticadas, elas morrem quando transplantadas para fazendas ou sítios, ao contrário das espécies asiáticas, que são adaptadas ao plantio em larga escala e se desenvolvem em diversas partes do planeta.
Os bambus não são uma “praga”, porém, Thiago Sanches Ornellas alerta que, uma vez estabelecidas, essas plantas podem rapidamente colonizar áreas vizinhas se não houver medidas de controle adequadas. “É importante salientar que o maior risco de impactos ambientais geralmente está associado à introdução e escape de espécies exóticas alastrantes em ecossistemas nativos, onde podem competir agressivamente com a flora local.
Um caminho sustentável entre preservação cultural e inovação comercial
O artista plástico e especialista em bambu, Carlos Antonio Ciprandi criou, em Ametista do Sul (RS), um museu dedicado à gramínea com o objetivo de mostrar ao povo brasileiro a relevância dessa planta para o desenvolvimento sustentável. Inspirado por uma experiência imersiva na China, percebeu que era necessário oferecer algo presencial. Sem apoio financeiro, mas com propósito, reuniu uma coleção internacional de objetos de bambu, incluindo uma prótese doada por estudantes de design da Universidade Estadual Paulista (Unesp), nomeada a peça mais simbólica do acervo.
“Mais do que exibir a quantidade de itens, a proposta é revelar toda a cadeia produtiva do bambu e a sua utilidade — seja como alimento, remédio, material de construção, utensílios domésticos, cosméticos, fertilizante etc. Assim, o visitante pode ter uma visão mais ampla dessa planta que é tida como a mais útil do planeta”, convida Carlos.
Ciprandi expressa que o museu valoriza o trabalho de artesãos indígenas com espécies nativas, como Genir, da etnia Kaingang, com quem mantém diálogo constante, e de artistas Guarani da região, ao apoiar a divulgação e a venda de suas criações, fortalecendo a cultura e contribuindo para a autonomia desses povos.

No mesmo estado, Nivaldo Feliciano, de Santa Cruz do Sul, atua na construção civil e vive do bambu com engenhosidade. Autodidata, constrói móveis e estruturas duráveis, como a própria cama — que já dura 20 anos — e uma bicicleta de bambu que usa há 12.
Na seara do fomento ao cultivo de bambus, Juliana Cortez Barbosa, arquiteta e presidente da Associação Brasileira do Bambu (BambuBR), destaca que a Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentado e ao Cultivo do Bambu, estabelecida pela Lei nº 12.484/2011, ainda aguarda regulamentação. Visto que não há espécies proibidas por lei, qualquer vegetação, incluindo bambus, só pode ser explorada fora das Áreas de Preservação Permanente (APPs), como margens de rios, topos de morros e manguezais. Para fins comerciais, o cultivo deve respeitar os limites ambientais estabelecidos.
A arquiteta reivindica políticas públicas estruturadas e urgentes para a expansão da cadeia produtiva do bambu no país, com incentivos ao plantio, financiamento, pesquisa e formação técnica. Atualmente, o setor avança sobretudo por meio de iniciativas acadêmicas. Na Unesp, onde coordena o Centro de Capacitação Tecnológica do Bambu, ela acompanha pesquisas que envolvem, citando apenas algumas, a produção de carvão ativado a partir do bambu e o cultivo de brotos comestíveis.
“O bambu poderia ser inserido como disciplina nos cursos superiores e técnicos das universidades brasileiras”, sintetiza Normando Perazzo Barbosa, professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e membro da Rede Brasileira do Bambu (RBB). “A maioria dos professores universitários foi doutrinada a considerar apenas os materiais industrializados como próprios para a construção civil. A conscientização dos colegas é imprescindível para que o bambu ocupe o espaço que merece na arquitetura, na engenharia e no design”.
A proposta é que o bambu e a ser comercializado nos depósitos de materiais de construção da mesma forma que outros itens, como tubos de PVC, aço ou cimento. O ideal é que o comprador tenha a garantia de adquirir um bambu cortado na idade certa, com tratamento adequado e boa secagem. “Temos a expectativa de que os produtores forneçam o material diretamente às lojas ou aos clientes finais, seguindo a norma técnica, com profissionais devidamente capacitados para todo o processo”, enfatiza o docente.
Seguindo essa linha de pensamento, Vitor Marçal, engenheiro civil e diretor-executivo do ProjetoBambu.com, avalia que o aproveitamento comercial do bambu pode ser uma excelente forma de alavancar a economia brasileira. “O bambu vem para somar e ajudar a reduzir o impacto do desmatamento das florestas, substituindo produtos de madeira, plástico, aço e concreto por elementos desse material, que traz diversos benefícios sociais, ambientais, estruturais e econômicos.”
Marçal recomenda investir na produção e na capacitação de mão de obra para o plantio, a colheita, o beneficiamento e o aproveitamento do bambu. “Abrir os olhos para seu potencial hoje pode contribuir expressivamente com nossa sociedade em um futuro próximo. Isso é uma necessidade.”
Imagem do banner: Taquaruçu (Guadua angustifolia), bambu nativo do Brasil. Foto: yago1